Olá, pessoal!

Meu nome é Thaís Fioravante Silveira, tenho 23 anos, sou natural de Santa Maria/RS, atualmente moro em Manaus/AM e fui a 1ª colocada na área de Enfermagem no concurso CFO/QC – EsFCEx 2015/2016.

Vou contar um pouquinho da minha história/caminhada até aqui porque sei o quão importante e o quanto depoimentos nos ajudam nessa caminhada que não é nada fácil. Na realidade eu ainda não acredito que estou aqui deixando um depoimento sobre minha aprovação, afinal eu olhava todos os depoimentos ao menos uma vez na semana e sonhava com o dia que eu estaria escrevendo o meu.

Conheci o concurso do CFO em 2012 quando estava no 3º semestre da faculdade. Não lembro exatamente quem me falou sobre ele, só lembro que a partir do momento que eu o descobri decidi que era isso que eu queria para minha vida.

A partir desse dia tudo o que eu fiz durante a minha graduação foi voltado a esse concurso ( inclusive em datas comemorativas eu só pedia os livros da bibliografia como presente de aniversário, dia dos namorados, natal etc.). Comecei analisando as provas a fim de ter uma ideia de como a banca cobrava as questões e para quais matérias/assuntos eu deveria dar uma atenção maior.

Admito que quando me deparei com as questões da prova fiquei muito assustada com o alto nível de conhecimento exigido pela banca e isso serviu para me mostrar que a caminhada não seria fácil.

A partir do 4º semestre da faculdade comecei uma bolsa assistência no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) pois percebi que precisava dessa noção prática para dar conta do conteúdo/bibliografia que a prova exigia. Eu fazia 7 plantões noturnos mensais (às vezes até mais) e muitas vezes saía do plantão direto para um dia inteiro de aula, mas eu precisava fazer aquilo por mais cansativo que fosse.

Enfim, fiz outras bolsas em unidades de saúde e adquiri uma carga bem grande de conhecimentos práticos.

Em 2014, último ano da faculdade, resolvi abandonar a bolsa assistencial do HUSM e fazer um cursinho presencial de Gerais na minha cidade. A princípio iria fazer o cursinho apenas para ver as matérias que fazia tempo que não via, como história e geografia, por exemplo. (Agradeço aos professores Giba, Maria Ofélia Trevisan, Giovana Souza e Leticia que me deram uma boa base para iniciar os estudos com estas matérias).
Comecei as aulas em março e não foi fácil conciliar com o último ano da faculdade, afinal eu tinha estágios (em torno de 600 horas por semestre), relatórios de estágio, Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e uma bolsa de pesquisa do Ministério da Saúde para dar conta. Minhas aulas começavam as 19 horas e iam até as 22:15. Muitas vezes comia algo “na rua” mesmo e ia direto dos estágios para o cursinho.

Não foi um ano fácil porque além de toda essa carga horária de estudos eu ainda tinha que me dividir com algumas viagens aqui para Manaus, uma vez que meu noivo é militar e havia sido transferido para cá.
Thais_Livros
Mesmo com tudo isso eu estudei e me dediquei bastante em 2014. Sempre que podia estava estudando, usava as tardes que poucas vezes eu tinha livre para colocar listas de exercícios de Gerais em dia e no fim de semana estudava a parte específica.

Enfim, fiz a prova de 2014 em condições psicológicas nem um pouco favoráveis pois tive problemas pessoais na semana da prova que havia sido remarcada para novembro. Porém mesmo assim consegui uma pontuação relativamente boa para a primeira vez que prestava o concurso: 30 questões em específica e 20 em gerais. Quando o resultado saiu fiquei um pouco decepcionada porque esperava ao menos ter ficado majorada… Fiquei na posição 104!

Decidi juntamente com minha família e meu noivo que iria vir morar em Manaus para acompanhá-lo e que eu passaria o ano apenas estudando para a prova de 2015. Adquiri o curso EAD de gerais do CIDADE e acredito que tenha sido uma das melhores decisões que tomei na minha vida. Professores extremamente qualificados e voltados especificamente para a banca do concurso. Além disso, os simulados semanais foram o diferencial para mim pois cheguei extremamente preparada e encontrei na prova questões muito parecidas com as dos simulados.

Já em dezembro de 2014, com TCC já apresentado e só aguardando a formatura, já tinha começado a ler um dos maiores livros da bibliografia.

Cheguei a Manaus no dia 03 de fevereiro e desde este dia eu comecei a “devorar” os livros da bibliografia. Todo o dinheiro que ganhei na minha formatura gastei em livros de Enfermagem que ainda faltava comprar. Durante o ano não gastei com nada supérfluo… Tudo era para o concurso.

MÉTODO DE ESTUDO

Não tive um método específico de estudo. Tentei utilizar todas as formas de organizar tempo que eu conhecia e nenhuma deu certo. Descobri que meu estudo não rendia com cronograma dividido em matérias.

Decidi então que eu ia estudar durante a semana a parte específica de Enfermagem, à noite assistia as aulas online de Gerais do Curso CIDADE e nos fins de semana estudava a bibliografia de português, inglês, história e geografia.

Durante a semana eu acordava todos os dias as 6 horas da manhã, fazia o café do meu noivo e 6:30 no máximo já estava estudando. Geralmente eu estudava até as 11:30 da manhã, fazia o almoço (muitas vezes fiz almoço no domingo e deixava congelado até metade da semana para ganhar tempo, uma vez que só eu almoçava em casa), tinha uma hora de intervalo e no máximo 13:30 já estava estudando de novo. Todos os dias eu ia dormir depois da meia-noite pois aqui em Manaus as aulas do Cidade começavam as 18:00 e terminavam as 21:15… Das 21:30 até meia noite eu ainda lia algum livro da bibliografia um pouco menos cansativo ou fazia exercícios. Aos fins de semana eu dormia um pouco mais, porém no máximo 7:30 já estava estudando. No sábado de manhã estudava português, à tarde geografia, domingo de manhã inglês e à tarde história. Confesso que dediquei muito mais tempo para história do que para as outras matérias, pois sabia que esse era meu “ponto fraco”… Português e inglês apenas assistia às aulas do curso e fazia exercícios. Para história usei apenas Bóris Fausto (tentei ler outros livros da bibliografia mas achei melhor não fazer isso pra não perder tempo sendo que Bóris e as aulas do curso cidade eram suficientes para eu ter uma boa base do conteúdo), Geografia usei Marcos Amorim, Eustáquio de Sene e Jurandyr Ross.Enfim, minha média de estudo diário eram 13 horas durante a semana e nos sábados geralmente eu diminuía um pouco. Lembro de apenas dois dias (sábados) no ano em que não estudei. Tinha dias que eu estudava até 15 horas diárias, mas não fazia isso sempre pois percebi que no próximo dia sempre ficava mais cansada que o normal. Quantidade de horas estudadas por dia é muito relativo, há quem estude 4 horas por dia e passe mas eu sabia das minhas fraquezas e queria chegar no dia da prova com a sensação de que fiz tudo o que podia.

Em relação aos livros de enfermagem, dos 26 livros da bibliografia, apenas não li 5 deles. Li e resumi todos os livros, alguns deles eu li 5x contando com os dois anos de estudos (PHTLS, por exemplo). É extremamente importante, além de ler o livro, ressaltar as partes mais importantes. Minha fixação do conteúdo só ocorria quando eu escrevia. A bibliografia teve alterações esse ano, acabei lendo mais três livros que caíram fora… Quando soube da mudança de bibliografia me bateu outro desespero. Porém, vi que não adiantava ficar nervosa… Fui atrás de todos e alguns achei na internet, outros peguei na biblioteca da Ulbra de Manaus e outros eu comprei. Como eu havia me programado para dois meses de revisão a mudança de bibliografia não afetou muito a qualidade das minhas revisões, consegui conciliar bem e fiquei com um mês apenas para revisar tudo que eu havia estudado durante o ano. Nas duas últimas semanas antes da prova foquei apenas na revisão da bibliografia nova pois sabia que muitas questões sairiam dos livros acrescentados esse ano.

Não foi um ano fácil.

Cansei de chorar em cima dos livros estudando, deixei de acreditar em mim e por isso acredito que meu maior inimigo durante o ano fui eu mesma. Não é fácil largar tudo para focar apenas em um concurso. As contas começavam a chegar, os problemas a aparecer, preocupações com a família longe mas eu PRECISAVA me manter firme.

É claro que não mantive o mesmo ritmo de estudos o ano inteiro. Teve dias que eu estudava cansada, que o estudo não rendia e que eu achava que eu não era capaz, afinal, logo que decidi prestar esse concurso eu ouvi coisas do tipo ” DUVIDO QUE TU PASSE… É O BRASIL INTEIRO! IMPOSSÍVEL”… Teve uma pessoa que apostou comigo que eu não passava… Lembro até hoje: 50 REAIS! rsrs

O mais importante é que eu usei muito disso para me motivar. Quando eu não conseguia acordar às 6 da manhã, por exemplo, eu lembrava dessas pessoas, eu lembrava dos meus pais e principalmente do meu noivo que estava abdicando de TUDO para eu seguir meu sonho. Apesar de tudo, nunca deixei de estudar, nunca pensei em desistir e sabia que se não fosse esse ano uma hora ia dar certo, porque eu JAMAIS ia desistir do meu sonho.

O mais importante nesse concurso acredito que seja manter o foco APENAS nele. Na área de enfermagem os assuntos são muito específicos e talvez quem estude para o CFO passe em qualquer outro concurso, mas quem estuda para outros concursos dificilmente passa no CFO. A bibliografia é muito específica e além disso ela é cobrada de uma maneira que nenhum outro concurso cobra.
A família tem um papel fundamental!

Eu só tenho a agradecer a Deus por ter me dado os pais maravilhosos que eu tenho (e que por sinal receberam muitas críticas por me ajudar financeiramente sendo que eu já era “formada”) e ao meu noivo que abdicou inclusive de várias matérias na faculdade para que eu pudesse me manter apenas estudando aqui em Manaus, entendia quando eu dizia que não podia acompanhá-lo em jantas e festas pois tinha que estudar, me ajudava com os afazeres da casa pois sabia que 1 hora fazia diferença no meu dia de estudos, entendia meu cansaço, meu estresse e principalmente por tentar me blindar de toda e qualquer coisa que pudesse causar algum tipo de ansiedade que viesse a atrapalhar os estudos. Sei que dificilmente alguém teria a paciência que ele teve comigo.

Finalizo dizendo que, além do apoio das pessoas que amamos, ter fé sempre e acreditar que Deus tem um propósito para a nossa vida é o mais importante… Nunca entendi por que Manaus… Ultimamente tenho entendido melhor que eu devia ter vindo pra cá e eu devia ter conhecido as pessoas que conheci e que ainda estou conhecendo e que estão se tornando essenciais para que eu  siga em frente!

Deus sabe o que faz e coloca as pessoas certas nos momentos certos. Além disso, durante todo o ano quem me deu suporte nas horas difíceis foi Ele.
São Jorge
Nunca percam a fé e o foco!!! Isso é fundamental para se manter firme nessa luta!

Agradeço a todos que fizeram parte disso: meus pais, noivo, amigas e a Dra. Daniele Christie que foi essencial nessa caminhada comigo. Agradeço também aos professores do curso Cidade que foram as bases para que esse sonho fosse realizado. Os momentos em que eu assistia às aulas do curso era meu momento de “folga” pois os professores sempre faziam de tudo para que não se tornasse uma aula cansativa e ao mesmo tempo eram aulas extremamente produtivas (Destaco professor Adriano com suas aulas extremamente didáticas). Ao próprio Cidade agradeço a força e paciência durante a preparação e o auxílio agora após a aprovação.

Ao pessoal de enfermagem:

Não estudem livros que não estejam na bibliografia do concurso. É essencial que a bibliografia seja seguida à risca e qualquer leitura fora dela é perda de tempo, afinal muitos autores diferem em diversos conceitos.

Quando comecei a estudar para o concurso, exclui toda e qualquer rede social que pudesse me tirar o foco, pois elas tiram e muito! A bibliografia é muito densa, os livros são muito grandes e se a meta é dar conta de todos os livros e todos os manuais do Ministério da Saúde, acredito que seja importante abrirmos mão de algumas coisas… Depois vale muito a pena!!

Thais_Pescando_com_Noivo

Enfim…

Parabéns a todos os aprovados e ao pessoal que ficou majorado ou que não conseguiu atingir a pontuação desejada: NÃO DESANIMEM E NÃO DESISTAM!
Deus sabe o que faz e sempre existe uma hora certa para cada um. Eu demorei a entender isso, mas a partir do momento que coloquei Deus em primeiro lugar e acreditei que seria feita a vontade dele, tudo começou a dar certo.

Abraços e fiquem com Deus!

Thaís Fioravante Silveira – 1ª colocada na área de Enfermagem – CFO/QC – EsFCEx 2015/2016.

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