Gostaria de iniciar meu depoimento agradecendo a Deus que me deu forças e me manteve firme nessa jornada.

Meu nome é Luana e sempre sonhei em ser militar, mas nunca tentei, talvez por falta de informação. A idade foi passando e eu me dedicando para outros concursos. Sou natural do Rio de Janeiro, onde era funcionária pública de dois municípios e atuava como técnica de enfermagem.

Em 2010, concluí a graduação de enfermagem e logo em seguida me casei. Meu esposo, que já era militar, foi transferido para Natal-RN. Nessa época eu havia perdido minha mãe, então pedi exoneração dos meus empregos para tentar uma vida nova.

Chegando em Natal, não consegui me inserir no mercado de trabalho por mais de um ano e começou a bater uma frustração. Eu soube do concurso para EsFCEx através do meu esposo, porém era um sonho ainda distante para mim que não lembrava quase nada das matérias de conhecimentos gerais.

Entediada, decidi procurar um curso e não achei nenhum específico. Fiz a matricula em um pré vestibular mesmo, afinal deveria me ajudar de alguma forma. Em setembro de 2011, fiz a primeira prova com muita dificuldade, pois a abordagem era bem diferente dos demais concursos. Passei bem longe das vagas e da majoração.

No ano seguinte, em 2012, consegui um estágio não remunerado no Hospital de Guarnição de Natal e tive a certeza que o Exército Brasileiro era o lugar onde eu queria estar e lutaria por isso. Lá conheci um grande exemplo, a Capitã Ana Paula Perone, que após nossas solicitações, acabou montando um curso preparatório de enfermagem nos transmitindo, assim, muitos de seus conhecimentos e experiências. Também consegui um emprego para cuidado domiciliar de uma paciente e o pouco que ganhava, investia nos meus primeiros livros e apostilas.

Na prova de 2012, surgiu um concurso para técnico de enfermagem da Secretaria de Saúde do DF e enxerguei uma oportunidade. Seria um degrau na minha escalada rumo à EsFCEx. Passei nas duas etapas do concurso e em maio de 2013 já estava em Brasília. Meu esposo só conseguiu transferência em novembro e acabei não fazendo o concurso nesse ano pelas idas e vindas entre Brasília e Natal.

Em 2014, me matriculei no Curso Cidade e comecei a estudar de verdade, sem televisão, saídas com os amigos, férias… Eu trabalhava quase todos os dias pela manhã e completava minha carga horária nos sábados à noite.

Todos os dias, eu saía do trabalho e ia direto para o curso inicialmente e depois comecei a estudar na casa de uma amiga, a Christiane. Ela dividiu comigo seu espaço de estudo, foi minha companheira de todas as horas, meu ombro amigo, e esses momentos irei guardar na memória. Estudávamos até a hora da aula com breves pausas para lanchar, ir ao banheiro e bater um papo.

As matérias de conhecimento específico, eu estudava sozinha. Mapeei as três provas anteriores e comecei pelos assuntos mais freqüentes. Fazia resumo de todos os conteúdos e fui evoluindo.

Durante o curso fiz grandes amizades, pessoas com quem compartilhei momentos de estudo, de cansaço e de distração também… Como esquecer o cachorro quente depois da aula, o esperado café no intervalo e a risada inconfundível da Porcelina? Não poderia deixar de falar do quarteto fantástico, “as Jupis”: Christiane, Porcelina, Aline e eu; de todos os colegas de curso que se tornaram minha família por 8 meses; dos dedicados professores e do Luiz Cidade, sempre com suas palavras amigas e suas orações por nós.

Faltando um mês e meio para a prova, meu esposo quis se separar. Talvez em consequência dos difíceis meses de estudo e distância. Meu grande incentivador, aquele que sempre me apoiou e confiou na minha capacidade, não estava mais ali e eu teria que prosseguir sozinha. Depois da prova acabamos voltando, firmes como nunca, mas naquele momento tive que conviver com a dor de uma separação e seguir em frente. Busquei apoio dos amigos Letícia e Francisco que me acolheram como uma de suas filhas e até da minha querida cachorrinha eu me desfiz.

Tinha planejado férias antes da prova para me dedicar exclusivamente aos estudos. Sábados, domingos, muitos dias chorando sobre os livros, mas tinha que continuar porque era o sonho da minha vida que estava em jogo.

Enfim, em 2014, depois de tantas lutas, alcancei minha vitória, meu sonho, meu objetivo: a aprovação. Todo o esforço valeu à pena.

Meus agradecimentos a todos que direta ou indiretamente participaram da minha conquista. Aos amigos que me apoiaram, me acolheram e estiveram ao meu lado na trajetória. Ao meu esposo que sempre disse que eu era capaz e acreditou na minha aprovação até quando eu duvidava. À minha família, que mesmo longe sempre torceu por mim. Ao Curso Cidade, onde aprendi quase tudo o que sei de conhecimentos gerais e a todos que fazem desse curso uma família. A todos deixo o meu muito obrigada e o meu incentivo aqueles que continuam na luta.

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